"As coisas que não têm nome são mais pronunciadas por crianças", diz o poeta Manoel de Barros. O verso traduz para a poesia a percepção cotidiana de que as crianças são mestres da curiosidade e da criatividade. No caso dos bebês, experimentam tudo sem medo de fazer algo errado, como quando colocam um livro na boca, por exemplo. Com olhar ingênuo em relação ao mundo, agem como se estivessem conscientes da máxima "só sei que nada sei", de Sócrates, e seguem em busca de conhecimento. Com o passar do tempo, aprendem os nomes dos seres e das coisas e ampliam suas formas de se comunicar.
Como quem quer devorar o mundo, perguntam a todo instante "o que é isso, o que é aquilo?". E ainda que se apropriem de novos significados e os acumulem, continuam a reinventar. Com liberdade e grande poder de improvisação, as crianças brincam com tudo. E os estímulos podem ser bem simples. Afinal, quem nunca viu (ou foi) um pequeno aventureiro navegando pelos mares numa caixa de papelão, como nas páginas de Não é uma caixa (Cosac Naify), da californiana Antoinette Portis, que revelam essa e outras funções que o trivial recipiente pode assumir segundo a imaginação do protagonista: carro de corrida, prédio, fantasia de robô, balão ou foguete? E, segundo a Revista Educação (revistaeducacao.uol.com.br/), isso é só o começo.
Mas, segundo o Histórico da Infância, nem sempre foi assim...
Franco Frabboni educador italiano organizou o entendimento histórico por meio de três identidades:
* Primeira Identidade – Criança-adulto ou infância negada – séculos XIV, XV.
* Segunda Identidade – Criança-filho-aluno ou a criança-institucionalizada – séculos XVI, XVII.
* Terceira Identidade – Criança-sujeito social ou sujeito de direitos – século XX
Philippe Ariès, historiador francês, foi buscar nas artes e na literatura da época medieval a ideia que prevalecia sobre a infância. A arte medieval desconhecia a infância ou não tentava representá-la. As crianças eram desenhadas como o adulto em escala menor, com músculos e feições de adultos.
Quem é a criança de hoje?
“As crianças possuem uma natureza singular, que as caracteriza como seres que sentem e pensam o mundo de um jeito muito próprio. Nas inteirações que estabelecem desde cedo com as pessoas que lhe são próximas e com o meio que as circunda, as crianças revelam seu esforço para compreender o mundo em que vivem, as relações contraditórias que presenciam e, por meio das brincadeiras, explicitam as condições de vida a que estão submetidas e seus anseios e desejos.”
Seria interesante colocar suas referencias para que pudéssemos aprofundar um pouco mais sobre o assunto. Desde já agradeço
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